My most remarkable teacher

Fiz parte da segunda formação de técnico-profissionais de Portugal, pelo programa iniciado pelo então ministro José Augusto Seabra em 1985.
Tive o privilégio de conviver com este Pedagogo (como se auto intitulava) cerca de 10 a 14 horas por semana (carga horária dos TP era bastante superior ao Secundário via ensino) entre 1986 e 1989.
“Ele” era o nosso professor da primária, na antecâmera da vida profissional e académica superior.
Amigo, companheiro, rígido, flexível, exigente e sábio, tinha o domínio completo do conhecimento sobre o mundo dos sistemas, projetos, analise e programação informática e conseguia transformar toda a sua experiência em conhecimentos ensináveis (só queriamos programar como “Ele”). Incutia um sentido de competitividade avassalador na turma, mas os alunos que acabavam os seus trabalhos e os melhores, tinham a obrigação de ir ajudar os restantes colegas, nestas alturas deixava-nos sozinhos na sala algumas horas para “Ele” avaliar o antes e depois (tínhamos 4horas de aulas seguidas de informática).
Como este curso e esta experiência de Técnico Profissionais, deveria ser uma referência para o mercado de trabalho foi escolhida uma “equipa de sonho” em termos de docentes na área de informática sendo que a grande maior parte eram à data, investigadores do INESC Norte, um deles bastante conhecido do público.
Recordo que um dos aspetos que “Ele” mais lutava e insistia connosco era de que nós tínhamos a responsabilidade de sermos excelentes profissionais, com ética, responsáveis e esforçados, pois em causa estava o futuro de quem fosse frequentar o curso posteriormente. Dar boa reputação ao curso acima de tudo!
“Ele” não foi um professor!
Foi um super-heroi 🎯

Como fui dos melhores alunos do curso comecei a minha vida profissional aos 17 anos como bolseiro de investigação num projeto do INESC junto com outros colegas. No INESC tive também o meu único contacto com o ensino como formador de sistemas operativos e linguagens de programação durante 5 anos (os bolseiros como “ganhavam pouco” tinham prioridade nos cursos de formação)

O que gostaria de lhe dizer se o/a visse hoje (email, sms , carta, etc.)?

Gostava de lhe mostrar as coisas incríveis que fiz como analista programador durante 33 anos, para “Ele” saber que o ensino dele deu frutos, que moveram e criaram valor acrescentado para a sociedade. 

Como seria de todo injusto falar apenas de um Professor,
Deixo esta pequena memória Honrosa e Tributo a outros notáveis que me parece justa.